terça-feira, 27 de julho de 2010

O calendário

Olho para o calendário e fico perdida entre o tempo que passou e naquele que falta passar. Já não sei se quero que o tempo passe. Que o relogio continue a marcar as mesmas horas. E que os dias comecem a diminuir. Por um lado sabe tão bem estar aqui. Aqui, posso encontrar a minha paz. Aquela tranquilidade que só me pertence. Por outro gosto de estar longe. Saber que posso ser independente. Contar só comigo e cuidar só da minha própria 'pele'.
Já faz tanto tempo que não escrevo no papel. A minha verdadeira libertação começou assim, com papel e caneta. Não sei explicar. Mas tantas coisas que aconteceram. Ai tantas. Tantos sentimentos ao mesmo tempo. Ódio e Amor no mesmo pé de igualdade. Acho que a única coisa que nunca tive medo nesta vida foi de sentir. Sempre me permiti sentir. Antes era tão fantasiosa. Deus como eu sonhava acordada. Agora não! Já sei sonhar com os pés aparafuzados na terra! Agora já não sinto nada de especial (algo que me possa magoar) mas adoro a T*a atenção! Desculpa, mas faz-me sentir importante, não é por nada de mais.
Acabo sempre a falar do mesmo, não é verdade!? Mas não tenho sono. São 02:35 am e só me apetecia estar nas furnas a beber caipirinhas!!!
Há uma parte de mim que morreu no dia que nem fiz questão de decorar. Apenas decorei a data que mais me magoou em toda a minha existencia. 05/05/2010. A outra data para mim nem existe, agora só esta é válida. Calma! Sem stresses. Tou finalmente curada! Sim! Todos os dias digo para mim mesma que isto é assim e não vai mudar! Uma data é apenas uma data como tantas outras. 12/01/2005;09/05/2006;15/08/2007;20/01/1989. Apenas datas. Que agora me transportam a memórias infinitas. Se as esquecerei? Não sei. Talvez um dia!
Talvez um dia eu saiba quanto tempo é preciso para amar alguém. Talvez um dia eu saiba quanto tempo é preciso para dizer pela primeira vez Amo-te sem fim. Talvez um dia eu saiba quanto leva a acontecer 'a primeira vez'. Talvez um dia eu saiba a hora certa para viajar de barco para uma ilha. Talvez um dia.... eu saiba o dia em que nasceu a pessoa da minha vida.
Talvez um dia eu já tenha sabido tudo isto, mas pra já. Não quero saber. Não quero descobrir. Não quero contar. Não quero descodificar. Quero antes ficar na incerteza. De saber que o hoje viverei sem saber qual o número do dia que marca no calendário. Quais as horas que marcam o relógio. E quanto vai durar o dia até ao anoitecer.
Acho que me encontrei. No meio da minha perda. Encontrei alguém que estou a gostar de conhecer. Quero ser assim agora. Olhar no espelho e ver uma Mariana (muito) mais crescida. Muito mais eu na verdadeira essência. No fim de tudo... afinal sofrer faz isto ás pessoas!? Crescimento!? Pois então obrigada pelo sofrimento. Pois acho que agora me encontrei e finalmente cresci.

Devaneios na hora de dormir. Sem sono (02:53 am). As coisas profundas voltaram, mas só por um bocadinho!

Mariana!

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