domingo, 6 de fevereiro de 2011

Recordações

Venho a mim. E lembro-me de uma época que marcou muito o resto de toda a minha vida. Época curta, mas que se tornou, em momentos longos, difíceis de viver, ultrapassar e claro, esquecer.. Jamais. Jamais irei esquecer todos aqueles episódios que me mudaram por fora e imensamente por dentro. Mesmo agora passados 10 meses, apago a luz do meu quarto, fecho os olhos e volto a abri-los e fico a ver passar tudo á minha frente. Todas as palavras, todas as coisas que vi, todas as coisas que ficaram por dizer e outras tantas que foram ditas, não a meu favor, mas que me corrompiam por dentro de uma forma tão cruel e tão eficaz. Desejei mesmo morrer, pode parecer fita, exagero ou infantilidade, mas não ! Acabei por perceber com o tempo que afinal não era só eu que saíra magoada. Mas sim que haveria alguém que ainda continuaria a ‘amar’ da mesma forma e intensidade que eu. Durante dias pensei em desistir. Pensei que seria melhor ser eu a sofrer, mas não deixar que as outras pessoas sofressem por minha causa. Acabei por perceber que há coisas que vivemos, mesmo que sejam só em 3 meses, que marcam.. muito. E talvez para o resto da vida. Até poderá não acontecer, mas cada vez que as pessoas se cruzam na rua, umas com as outras há sempre lembranças e sobretudo sentimentos que vêem ao de cima e que acabam por nos vencer. Eu deixei-me vencer por um sentimento que acabou por me matar. Lembro-me de alguns textos, bonitos, cheios de sentimento e sinceridade, que li e que me corromperam. Falavam de Amor. Acho que ainda me lembro bem de cada linha de cada um dos textos, pois cada linha que ia percorrendo era um lágrima, uma espetada no coração, o assinalar da minha morte interna. ‘quero deitar-me no teu peito e sentiir o bater do coração… nunca senti nada assim… olhar o teu olhar…’, acho que seria algo assim… entre outras coisas que me foram fazendo ver que aquilo que estava a acontecer, longe da minha vista (muito longe da minha vista, literalmente) seria algo forte. Muito forte, e que pelo menos alguém estava feliz. Foi nessa altura que desisti de tentar, deixei-me apenas ficar com aquele sentimento estúpido e agora a frio percebo que se tratava de um enorme ciúme, dor, angústia. Meus Deus como a minha angústia aumentava de dia para dia. Comecei a sentir medo. E ao mesmo tempo senti que não tinha outro remédio senão ser forte. Lembro-me de uma noite episódica, descrita neste spot, como sendo uma noite terrível,. Hum, como foi terrível. Disse a mim mesma que tinha de ser forte, mas não fui mais uma vez, fui fraca e deixei-me ficar no nada. Sim também, não tive muita complacência o que me deixou ainda mais vazia. Talvez tudo isto seja exagero. Neste momento devia de estar a estudar. Falava á pouco com o meu Pai sobre a baixa motivação. E percebi que acabo por não ter valor nenhum para ninguém. Em contrapartida uma das minhas melhores amigas disse-me há uns dias que tinha saudades minhas. Fiquei realmente feliz. Mas no fundo, apesar de ter coisas que me deixam desanimada, frustrada e impaciente. Tenho coisas que me deixam feliz e realizada. Mas no fundo, no fundo acabo sempre por sentir sempre o mesmo cada vez que ‘este assunto’ invade os meus pensamentos. Conheço cada linha, cada imagem, cada memória que me vem ao pensamento e me enche de desespero, angústia. Um dia acho que ainda devo uma explicação á outra pessoa, ou talvez não. Mas sei aquilo que se sente. Marca. É tão marcante que é impossível de se esquecer, por mais tempo que passe, por mais pessoas, que a outra pessoa venha a ter na sua vida, aquela será diferente. Porque aquela outra marca as pessoas de uma forma extraordinária. Chego a pensar:’O que tem de tão especial para marcar as pessoas de uma maneira tão forte.’ Meu Deus, como é possível? Ás vezes, a minha cabeça, intuição ou sexto sentido (aquilo que lhe quiserem chamar) diz-me que esta história ainda não terminou, ainda não teve um fim. Algo me diz há muito tempo, mesmo sendo tudo muito ‘fresco’, que ainda vai ‘rolar’ muita coisa junto de um triângulo/dupla que quase me levou á morte.

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